O INFERNO DAS FLORES

"um poema em letras miúdas
do tamanho de um deus possível,
arde em meus dedos, estilhaça
a palidez forjada das digitais
impressões de meu ser confuso

nas manhãs de chuva, há calor
entre as paredes ocas de meu coração
sinto, e isso já me basta
pra acreditar que a vida e o poema
são pedaços da mesma carne
partes do mesmo círculo vicioso,
enquanto verto dos olhos aquelas gotas...

as letras miúdas dos amores ilícitos
tudo o que nos toca e nos trai
me atingem de tal forma involuntária
que suspeito de mim mesmo ao sentir,
porque não quero o reflexo
de um mundo de pessoas que passam
e não se olham o suficiente,
porque no fundo estou cansado
e não há uma janela sequer em mim
por onde escorram silêncios e despedidas"


Poema de um amigo de longe... e que o mesmo me mostrou, e não resisti em postá-lo por aqui... (espero que gostem) Com todos os créditos há: Iuri Rodrigues Ferreira (=D)

'Algo do Instante'

Movidos por situações, aprendemos tanto com elas... não saber dar valor, ignorá-las ou simplesmente não há vê-las, tudo isso é "concreto"; mas há sem dúvida aquelas situações que mexem quase que instantaneamente no nosso "eu", saber que temos que dar valor a elas, muitas vezes até sabemos (e não conseguimos em tantas... e em tantas outras, talvez inconscientemente batem em nossa porta e nos fazem parar, dar um passo a cada vez, pois a matéria é preciso ser reconstruída), desta forma tudo que estava presente, acontecendo, vindo por acontecer... os movimentos de mente / corpo / espaço que pareciam-se em movimentos equilibrados ou se encaminhando a se encontrarem (é o que procuramos a todo momento, sentir... deixar sentir... e se por a sentir novamente) isso de primeira vista se mostra como aquelas peças de Lego, nas mãos de uma criança, que em seu estado criativo e natural, constrõem muralhas, castelos, monstros, heróis e no instante de "querer tudo novo", simplesmente esbarra as mãos com um pouco mais de força, e cada partezinha de construção se desfaz pelo chão, como cacos de um espelho; por um instante a criança olha todos os pedaços ao chão... já não existe mais; nem castelos, nem monstros, nem heróis e tão menos as muralhas; seus olhinhos encham-se de lágrimas, e ela olha a volta, vê que ainda tem o mais importante, as peças diversas e coloridas que só precisam de sua criatividade, força de vontade e brincadeira, ela tem esse momento, da qual pode juntar qualquer uma das peças com suas diferentes cores e tamanhos, para formar o que sua percepção lhe convir... mesmo com todos os olhares a sua volta, na ajuda da colocação de alguma peça, ela sabe que todo o cenário e encenação serão dirigidos por ela, e mesmo que tenha que parar sua "construção" por um tempo (determinado ou não)... ela sabe que as peças continuaram por lá, poderá dar continuidade a sua brincadeira assim que conseguir, desmontará o 'monstro' de cores únicas que resolveu colocar na "história", para trazer a pausa e o recomeço do que merece ser vivido, temos esse instante e podemos ter todas as "peças" necessárias para a construção do agora e o pensar do depois!
Mesmo que pareça não conseguir viver esse instante de agora (o "concreto") todos os nossos momentos são somente esses, por mais que planejemos acumular bens, "pessoas"... um  único instante (do qual não sabemos) define e nos "obriga" a vivê-lo primeiramente, independentemente dos desejos que tínhamos para esse novo dia... pensar em querer "planejar" tudo até os instantes... é uma grande ironia nossa (considero também como inconsciente e humano), o mesmo não vale a pena, pode apenas nos proporcionar uma 'segurança inconcreta', e se damos tanto valor a essa "segurança inconcreta", o porque não preferimos viver esse instante agora, de uma forma que lhe causa sentimentos bons e a real "segurança" que temos nesse momento?!... me vem a lembrança novamente daquelas peças de Lego, que no girar, girar do fuso horário, tenho exclusivamente o meu "eu", o desejo de algo para o hoje, o querer e não querer de realizar, e o estado de contemplação ao ver que se pode deixar o medo do desconhecido, para adquirir a força e o sorriso das cores montadas de forma divergente entre si, pois tornará um reflexo extraordinário desses milésimos que temos garantidos somente no hoje.

↔ Esse Post ficará como uma data não determinada, apenas catalogada como um instante de bem estar e privilégio do minuto.

"Por um instante, me vem a força com aquela intensidade subliminar... e no segundo seguinte ela já se foi!"

Presente Lindo*

Não Podia deixar de vir por meio desse singelo Post, agradescer o carinho de uma Grande amiga de Longe (literalmente de longe)... mas que é tão presente e que essa distância "vai ficando a desejar"... =D
Lai, que presenteou o "Olhos Meus" com esses três selos, logo aqui ao Lado...
muito significativo ver a expansão dessas ideias e conflitos existenciais... rs
Muito obrigada pelo carinhoso presente!!!

Deixo Um Grande Beijo e com saudades de Sua Pessoa! 

Camaleão

Quando pensamos em camaleão, já vem em nossas cabeças aquele animal-lagarto que muda de cores, nessa manhã foi exatamente assim que me veio a mente, estava tomando um chá...e ai mais uma vez, veio a mente o como estamos em constantes mudanças, somos a mudança em todos os sentidos da palavra, podemos sim nos considerar um camaleão, que muda, muda, e muda novamente, porém nunca deixa de ser o "bom e velho" camaleão.
Isso tudo porquê?! Porque estamos todos os momentos do dia, em ambientes diferentes, com pessoas diferentes, pessoas que te gostam, outras que nem sabem quem és, muitas tantas que são aquele camaleão desmerecido, que nem sabe ao certo o porque habita esse grande globo azul, deixam de refletir aquele azul "tranquilo e bonito".
Imagine só, estarmos em cima de uma grande pedra, da qual nela contenha tudo; literalmente tudo em sua composição: a cor de amigos, a cor do amor, a cor do trabalho, a cor da família, a cor da natureza, a cor do grande mágico, a cor dos animais, a cor de doces, de salgados, a cor de carros, de livros, a cor da cama, a cor da Música, a cor do vento, do sol, do fogo, a cor do sorriso, da tristeza, da lágrima, a cor de um oi, a cor de um ônibus lotado, a cor de uma bebida, a cor do sexo, a cor da delicadeza, a cor do humano, do desumano, a cor da tranquilidade, a cor do obscuro, a cor de um aperto de mão, a cor de um abraço, a cor de um Beijo, a cor de uma rosa, a cor de seus espinhos, a cor de tudo que quisermos e que fazem parte do seu dia nessa pedra, que lá no alto consegue sentir todas essas sensações e cores, transmitindo-as em você, algumas vezes o de fora não percebe algo, pois conseguimos esconder alguma cor sempre abaixo de uma outra... mas estamos sempre lá, mudando, sentindo, deixando de sentir e sentindo novamente, essa coisa cíclica que podemos descrevê-la com cores, muitas cores. Será assim até: "Quando a música acabar dentro de nós"...

Ps: as frases entre aspas são trechos da música "Perto de Você" - O Teatro Mágico!
"Vida amarga, como é doce a dor, das palavras dita de tão longe... de tão longe".

JAS (pensar em) MIM

Tanto que me afasto
Tanto que quero me afastar
Tanto que quero estar junto
Estar contigo em todo lugar...

Minha cabeça enlouquece
Louca fica por pensar,
Mesmo não sabendo mais
A delicadeza do olhar...
a simplicidade do estar...
a amizade como forma importante de sentir...

Tudo, simplesmente tudo
Foi se perdendo nos vãos de sua vida
Sua mente imensuravelmente apática, angustiada,
Quase se desfalecendo em não saber
O porque está aqui, o porque as pessoas se foram...
e ela ainda continua aqui, sentado, remoendo momentos...
Sabe que serão atrasos
Ao mesmo tempo nem consegue se ver novamente

É tudo tão dolorido
Tão rotineiro... tão igual a tudo que aprendeu a desprender
mas que dias como hoje, voltam a tona
batendo a porta com socos e ponta pés
querendo entrar, e quando entra,
faz um estrago devassador 
De sentimentos, crendices, desejos, revoltas e consequentes frustrações
que poderam ser desmarcadas
assim que sua varanda for limpa e reflorestada de jasmim.

"Um pouco de Shoppis"

"Num dia frio de inverno, alguns porcos-espinhos se juntaram para se aquecerem com o calor de seus corpos. Mas logo viram que estavam se espetando se afastaram. Ficaram com frio de novo e se juntaram ficando entre dois males, até descobrirem a distância adequada. Assim é a sociedade, onde o vazio e a monotonia  fazem com que os homens se aproximem, mas seus muitos defeitos, desagradáveis e repelentes fazem com que se afastem."

 Arthur Shopenhauer